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sexta-feira, 9 de dezembro de 2011

Meningite viral e bacteriana: qual a diferença?

 
A meningite é uma doença que consiste na inflamação das meninges – membranas que envolvem o encéfalo e a medula espinhal. Ela pode ser causada, principalmente, por vírus ou bactérias.
O quadro das meningites virais – tipo que atinge a cantora Ivete Sangalo – é mais leve e seus sintomas se assemelham aos da gripe e resfriados.
Entretanto, a bacteriana – causada principalmente pelos meningococos, pneumococos ou hemófilos – é altamente contagiosa e geralmente grave, sendo a doença meningocócica a mais séria. Causada pela Neisseria meningitidis, pode causar inflamação nas meninges e, também, infecção generalizada (meningococcemia).
O ser humano é o único hospedeiro natural desta bactéria cujas sequelas podem ser variadas: desde dificuldades no aprendizado até paralisia cerebral, passando por problemas como surdez.

A transmissão se dá pelo contato da saliva ou gotículas de saliva da pessoa doente com os órgãos respiratórios de um indivíduo saudável, levando a bactéria para o sistema circulatório aproximadamente cinco dias após o contágio.
Como crianças de até 6 anos de idade ainda não têm seus sistemas imunológicos completamente consolidados, são elas as mais vulneráveis. Idosos e imunodeprimidos também fazem parte do grupo de maior suscetibilidade.
A transmissão da meningite viral e bacteriana se dá da mesma forma?
 “As meningites virais são decorrentes de infecções virais que a pessoa contrai podendo ser, por exemplo, viroses intestinais, sarampo, caxumba, varicela, etc. A partir desta infecção inicial há o acometimento das meninges e consequente instalação de quadro de meningite”.
“As meningites bacterianas têm como seus principais agentes etiológicos os meningococos, pneumococos e o haemophilus influenza do tipo B, estas infecções são contraídas por via respiratória, sendo geralmente o quadro de meningite o primeiro a se manifestar”.

Sintomas

Febre alta, fortes dores de cabeça, vômitos, rigidez no pescoço, moleza, irritação, fraqueza e manchas vermelhas na pele (que são inicialmente semelhantes a picadas de mosquitos, mas rapidamente aumentam de número e de tamanho, sendo indício de que há uma grande quantidade de bactérias circulando pelo sangue) são alguns dos seus sintomas. É essencial procurar atendimento médico rapidamente para que a infecção não alcance a corrente sanguínea.

Diagnóstico
A doença meningocócica tem início repentino e evolução rápida. Para a confirmação diagnóstica das meningites, retira-se um líquido da espinha, denominado líquido cefalorraquidiano, para identificar se há ou não algum patógeno e, se sim, identificá-lo.
Em caso de meningite viral, o tratamento é o mesmo feito para as viroses em geral; caso seja meningite bacteriana, o uso de antibióticos específicos para a espécie, administrados via endovenosa, será imprescindível.
O tipo que atinge a cantora está sendo divulgado como meningite benigna. Este tipo é necessariamente a viral, mais leve?
O termo Meningite benigna não se trata de um termo muito apropriado, mas no entanto, é utilizado, refere-se à Meningite de etiologia viral, que tem um quadro clínico mais discreto que as Meningites bacterianas e com menor comprometimento do estado geral do paciente, apresenta risco menor de complicações.

Vacinas

Quando se fala sobre vacinas contra meningite, estamos nos referindo apenas às meningites bacterianas?
“Em geral sim, mas não podemos nos esquecer de que ao vacinarmos contra o Sarampo, Caxumba e Varicela também estamos, de certa forma, prevenindo contra Meningites virais decorrentes dessas doenças”.
O Sistema Único de Saúde oferece a vacina contra meningite para crianças menores de 2 anos, as seguintes vacinas que protegem contra eventuais meningites bacterianas : Vacina Meningocócica do grupo C e Vacina Pneumocócica 10 valente.

Vacina quadrivalente

Entre as inovações no setor, está a vacina meningocócica conjugada A, C, W, Y, primeira quadrivalente disponível no mercado que ajuda a proteger contra quatro dos cinco principais sorogrupos da bactéria meningocócica (A, C, W-135 e Y).
Até hoje, a única vacina conjugada disponível no Brasil para prevenção contra a meningite meningocócica combate apenas o sorogrupo C.
A nova vacina é indicada, inicialmente, para imunização de adolescentes maiores de 11 anos e adultos, e está disponível para a população nas clínicas privadas de vacinação.
 
A maneira mais eficaz para a prevenção da doença é a aplicação da vacina que ainda não está no calendário nacional do Ministério da Saúde, o que só vai acontecer a partir do ano que vem. Deste modo, mesmo as pessoas de baixa renda terão acesso ao medicamento, que será aplicada gratuitamente.
A nova vacina para o combate a Meningite C é usada desde 1999. Mas gratuitamente, ela só é disponibilizada no estado de Minas Gerais que começou a fazer uma campanha de vacinação em novembro do ano passado.
Hoje, 19, o estado vai receber 99.388 doses da vacina, e até a metade desse ano serão recebidas mais 303.026 doses.
Com a inclusão dessa vacina no calendário nacional do Ministério da Saúde, o país precisará de um número maior de vacinas. O governo de Minas Gerais está investindo na construção de uma fábrica de vacinas que produzirá as doses em parceria com a Fundação Ezequiel Dias (FUNED). A produção será suficiente para atender a demanda de outros estados do país.
“Com a inclusão da vacina nas campanhas nacionais de vacinação, mais pessoas se prevenirão, e é
possível que daqui há alguns anos a doença seja erradicada no país, como a varíola”



FONTE: Blog da Saúde, entrevista com Dr. Ricardo Cunha, Diretor de Vacinas do Delboni Auriemo Medicina Diagnóstica

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