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sexta-feira, 16 de dezembro de 2011

Atenção Integrada às Doencas Prevalentes na Infância


Avaliação da criança de 2 meses a 5 anos de idade

É importante que toda criança seja avaliada nos principais sinais e sintomas das doenças prevalentes da infância, para que essas não passem despercebidas. As perguntas devem ser centradas sobre os problemas específicos de sua procura à unidade de saúde, dos sinais e sintomas gerais de perigo e dos sintomas principais: tosse ou dificuldade para respirar, diarréia, febre, problemas de ouvido, desnutrição e anemia. Para isso, usa-se uma estratégia padronizada, baseado em evidências e normas internacionais com impacto significativo na redução da morbimortalidade infantil.

Perguntar à mãe a respeito do problema da criança.
Verificar se existem sinais gerais de perigo.
Perguntar às mães sobre os quatro sintomas principais:
• Tosse ou dificuldade para respirar.
• Diarréia.
• Febre.
• Problema de ouvido.
Na presença de um sintoma principal:
• Avaliar a criança para verificar se há sinais relacionados
com o sintoma principal.
• Classificar a doença de acordo com os sinais presentes
ou ausentes.
Verificar se existem sinais de desnutrição ou anemia.
Classificar o estado nutricional da criança.
Avaliar o desenvolvimento da criança.
Verificar o estado de imunização da criança.
Decidir se necessita de alguma vacina no mesmo dia.
Avaliar qualquer outro problema.

Sinais gerais de perigo.
Tosse ou dificuldade para respirar.
Diarréia.
Febre.
Problema de ouvido.
Desnutrição e anemia.
Desenvolvimento
Situação vacinal.
Outros problemas.
Doenças de notificação compulsória.
  
 A CRIANÇA COM TOSSE OU DIFICULDADE PARA RESPIRAR
As doenças do aparelho respiratório são as responsáveis pela maior demanda de consultas e internações em Pediatria. Atingem de preferência o trato respiratório superior (Anexo 1) e, quanto menor a idade do paciente, maior é o comprometimento do trato respiratório inferior. Essas doenças, durante os primeiros cinco anos de vida, são de origem predominantemente infecciosa, com uma prevalência de cinco a oito episódios por criança/ano.
Nos países em desenvolvimento a etiologia é geralmente bacteriana, sendo os agentes mais comuns o Streptococcus pneumoniae e o Haemophilus influenza. Algumas bactérias causam pneumonias atípicas: Chlamydia trachomatis em lactentes e o Mycoplasma pneumoniae em crianças maiores. No período neonatal, predominam os bacilos gram negativos E. Coli e Klebsiella e o Strepococcus, do grupo B. Entre as referidas infecções, a pneumonia é responsável por 85% das mortes ocorridas por problemas respiratórios nas crianças menores de cinco anos, especialmente em países em desenvolvimento. Os principais fatores de risco associados incluem baixa renda familiar, baixa escolaridade dos pais, desnutrição, baixo peso ao nascer, prematuridade, exposição a fumo passivo, desmame precoce, creche e aglomeração familiar.

Definição de respiração rápida
2 meses a menos de 12 meses- 50 ou mais por minuto
1 ano a menor de 5 anos- 40 ou mais por minuto

A CRIANÇA COM SIBILÂNCIA
A sibilância é uma condição muito comum nas crianças, sendo uma causa importante de demanda nas unidades de saúde. Além disso, pode ser confundida com ou estar associada a um quadro infeccioso das vias respiratórias. Seu aparecimento se deve às alterações funcionais decorrentes do processo inflamatório crônico, tais como a hiperreatividade brônquica e a obstrução ao fluxo aéreo (broncoconstricção, formação crônica de rolhas de muco, edema e alterações estruturais das vias aéreas).
As principais doenças que cursam com sibilância são a asma (principal causa de obstrução brônquica nas crianças acima de quatro anos) e bronquiolite (predominantemente nos seis primeiros meses de vida). Os principais agentes etiológicos da bronquiolite são de causa viral (vírus sincicial respiratório – 50 a 90% – e parainfluenzae) associada à hiperreatividade das vias aéreas induzida pela infecção. O pico de incidência está entre dois e seis meses, época em que se concentram 80% dos casos do primeiro ano de vida. Essas doenças podem ocasionar retração intercostal e subcostal, além do aumento da freqüência respiratória, sendo comum confundir-se com pneumonia, em certas situações, por isso antes de classificar a criança, o médico deve tratar a sibilância e fazer uma reavaliação depois. Conduta similar deverá ser adotada quando existir antecedentes de sibilância, nos casos de respiração rápida e de tiragem, mesmo que não tenha sido auscultada no momento da consulta. Observe que a percepção da sibilância é melhor percebida com o uso do estetoscópio. Depois de cada nebulização, a criança deverá ser reavaliada para ver se ela melhora da sibilância. Caso a criança tenha respiração rápida ou tiragem subcostal, avalie também se estas diminuíram. Se depois da primeira nebulização, melhorar a sibilância, reavalie e classifique a criança de acordo com o quadro da criança com tosse ou dificuldade para respirar. Se depois da primeira nebulização a criança não melhorar, repita a nebulização a cada 20 minutos, no máximo de três vezes, fazendo uma reavaliação da criança a cada vez. Em virtude da grande participação das doenças respiratórias como causa de morte nas crianças menores, é prudente que o profissional tenha certeza do diagnóstico. Em caso contrário, deve referir o paciente urgentemente para investigação, visto que essas crianças apresentam com freqüência sinais graves de desconforto.

A CRIANÇA COM DIARRÉIA
A diarréia aparece quando a perda de água e eletrólitos nas fezes é maior do que a normal, resultando no aumento do volume e da freqüência das evacuações e diminuição da consistência das fezes. Ela é definida geralmente como a ocorrência de três ou mais evacuações amolecidas ou líquidas em um período de 24 horas. A doença diarréica aguda é uma das principais causas de morbidade e mortalidade infantil no Brasil, especialmente nas crianças menores de seis meses que não estão em aleitamento materno exclusivo. Na região Nordeste, onde o problema assume maior magnitude, o risco de morte por diarréia em crianças menores de cinco anos é cerca de 4 a 5 vezes maior do que na região Sul. O número de evacuações por dia considerado normal varia com a dieta e a idade da criança. A percepção materna é extremamente confiável na identificação da diarréia de seus filhos, descrevendo as fezes líquidas com terminologias regionais. Os lactentes amamentados em forma exclusiva geralmente têm fezes amolecidas, não devendo isto ser considerado diarréia. A mãe de uma criança que mama no peito pode reconhecer a diarréia porque a consistência ou a freqüência das fezes é diferente da habitual. Quase todos os tipos de diarréia que causam desidratação cursam com fezes líquidas. A cólera é um exemplo clássico de diarréia com fezes líquidas, mas apenas uma pequena proporção das diarréias líquidas se devem à cólera. A maioria dos episódios de diarréia aguda são provocados por um agente infeccioso e dura menos de duas semanas. Caso a diarréia dure 14 dias ou mais, é denominada diarréia persistente. Até 10% dos episódios de diarréia são persistentes, causam problemas nutricionais e contribuem para mortalidade na infância. A diarréia com sangue, com ou sem muco, é chamada disenteria. A causa mais comum da disenteria é a bactéria Shigella. A disenteria amebiana não é comum nas crianças pequenas.

A CRIANÇA COM PROBLEMA DE OUVIDO
Quando uma criança tem infecção de ouvido, o pus se acumula atrás do tímpano, causando dor e freqüentemente febre. Caso não se trate a infecção, o tímpano pode romper, drenando secreção purulenta e diminuindo a dor. Apresenta maior prevalência e incidência nas crianças abaixo de dois anos, pela maior incidência das IVAS, menor imunocompetência e disfunção tubária (curta, ampla e com ângulo horizontal). Algumas vezes, a infecção se estende do ouvido médio a apófise mastóide, causando mastoidite. A infecção também pode estender-se do ouvido médio para o SNC, causando meningite. Estas são doenças graves que requerem urgência de atenção hospitalar. As infecções de ouvido raramente causam a morte, entretanto levam a muitos dias de doenças nas crianças, sendo a principal causa de surdez nos países em desenvolvimento o que acarreta problemas de aprendizagem na escola.

A CRIANÇA COM DESNUTRIÇÃO E ANEMIA
Uma mãe pode levar seu filho a uma unidade de saúde, porque a criança tem uma doença aguda. A criança talvez não tenha queixas que indiquem desnutrição ou anemia, porém uma criança doente pode estar desnutrida e o médico ou a mãe talvez nem notem o problema. Uma criança com desnutrição grave está mais exposta a vários tipos de doenças, têm infecções mais graves, e maior risco de morrer. Mesmo crianças com desnutrição leve e moderada têm um crescente risco de morte. A identificação e o tratamento de crianças com desnutrição pode ajudar a prevenir numerosas doenças graves e até a morte. Alguns casos podem ser tratados em casa. Os casos graves devem ser referidos ao hospital, para tratar as complicações mais freqüentes, receber alimentação especial, transfusões de sangue ou um tratamento específico para a doença que contribui para a desnutrição. Um dos tipos é a desnutrição protéica-calórica, que se desenvolve quando a criança não obtém dos alimentos suficiente energia ou proteínas para satisfazer suas necessidades nutricionais. Uma criança que tenha apresentado doenças agudas com freqüência também pode desenvolver desnutrição protéica-calórica. Nesta desnutrição:
A criança pode sofrer emagrecimento acentuado (marasmo).
A criança pode desenvolver edema (kwashiorkor).
A criança pode associar edema com emagrecimento acentuado (kwashiorkor-marasmático).
Uma criança cuja dieta não fornece as quantidades recomendadas de vitaminas e minerais essenciais podem desenvolver carência nutricional específica. A criança talvez não coma quantidades suficientes recomendadas de certas vitaminas (como vitamina A) ou minerais (como ferro).
A falta de consumo de alimentos que contém vitamina A pode trazer como resultado a deficiência de vitamina A, com o risco de morrer em conseqüência de sarampo, diarréia e pneumonia. As formas mais graves de hipovitaminose A levam a alterações oculares com risco de cegueira (cegueira noturna, xeroftalmia ou queratomalácea). A anemia ferropriva é a carência nutricional de maior prevalência na infância. A falta de alimentos ricos em ferro pode levar à anemia. Uma das causas mais freqüentes em nosso meio é o desmame precoce e inadequado. Uma criança também pode desenvolver anemia como resultado de:
Infecções.
Infestações por parasitas como ancilóstomos ou tricocefálos.
Malária.
 Atendimento Puericultura realizado em 14/12/11

FONTE: AIDPI

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