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domingo, 5 de agosto de 2012

05/08 DIA NACIONAL DA SAÚDE: Puericultura- Alergias e intolerância alimentar infantil: como lidar com o problema

Por Bruna Capistrano
Fotos: Getty Image



Fazer uma criança comer, em muitos casos, não é mole. E quando ela apresenta algum tipo de alergia ou intolerância alimentar, a empreitada é ainda mais complicada. Diarreia, vômito, lesões na pele, irritabilidade e outros incômodos são sintomas que podem dizer mais para a mãe do que simplesmente a criança ter comido algo que não fez bem. Entenda abaixo como identificar, cuidar e lidar com os tipos mais comuns de intolerância e alergias alimentares infantis.

O primeiro passo é entender a diferença entre alergia e intolerância: "Com a alergia não existe uma quantidade grande ou pequena que faça mal. Tanto faz uma criança que tem alergia a morango comer um ou 20 morangos, a reação vai acontecer. No caso da intolerância, depende da dose. Tem crianças que toleram bem uma pequena quantidade de leite, por exemplo, no caso da intolerância à lactose, e que podem ingerir um pouco de leite e não terá problema nenhum", explica o médico nutrólogo da
Associação Brasileira de Nutrologia (Abran) Carlos Nogueira.
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    Glúten
    A doença celíaca, mais conhecida como intolerância ao glúten, normalmente se manifesta na infância, entre 1 e 3 anos de idade. Considerada autoimune, na doença celíaca o organismo ataca a si mesmo, mais precisamente o intestino deslgado, dificultando a absorção de vitaminas, nutrientes e sais minerais. Pães, bolos, biscoitos, macarrão e pizza são alguns exemplos de alimentos que, normalmente, contêm glúten e são proibidos aos celíacos.

    Principal proteína do trigo, aveia, malte, centeio e cevada, o glúten ou suas partes estão presentes em alimentos de todas as espécies. "É um problema genético e o único tratamento é a exclusão, por toda a vida. Nesse caso, os pais devem estar sempre atentos ao que a criança vai comer e ensinar desde cedo a procurar nos rótulos se os alimentos têm, ou não, glúten", explica Nilton Carlos Machado, professor de Gastroenterologia Pediátrica na Faculdade de Medicina de Botucatu - Unesp.

    Como opção, pode-se substituir os ingredientes com glúten por fécula de batata, amido de milho, fubá ou farinha de mandioca. De acordo com Nilton Carlos, os principais sintomas são diarreia ou prisão instestinal, inchaço, pouco ganho de peso e irritação: "A criança sente mal estar e passa isso na irritabilidade", justifica.
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    Lactose
    Quando uma criança produz pouca enzima lactase, responsável por digerir a lactose no organismo, ela desenvolve a intolerância a produtos lácteos, como leite, queijo e outros alimentos feitos a base de lactose, que nada mais é do que o açúcar do leite. Mas se o problema for uma reação à proteína do leite da vaca, trata-se de uma alergia. Como até os seis meses de idade o bebê só se alimenta de leite materno, a alergia, mais comum nos lactentes, começa a surgir quando o leite de vaca é introduzido na dieta do bebê.

    "Sabemos que 50% dos casos evoluem para a cura até os 12 meses, e 90% deles passam a tolerar o leite entre os 2 e 3 anos. Ou seja, acaba o problema", explica Nilton Carlos Machado, professor de Gastroenterologia Pediátrica na Faculdade de Medicina de Botucatu - UNESP. Como o bebê não sabe expressar o incômodo, ele rejeita o leite, apresenta irritabilidade e sinais como sangue nas fezes, refluxo e dores abdominais são visíveis. "Náusea, vômitos, distensão abdominal e flatulência, que ocorrem logo após a ingestão, são alguns dos sintomas de alergia à proteína do leite", explica o médico nutrólogo da Abran Carlos Nogueira. Asma, rinite e chiado no peito também são comuns da alergia à proteína. Menos presente nas crianças, a intolerância à lactose pode ser tratada com o controle do consumo do leite e com a ingestão de lactase, que pode acontecer por comprimidos ou gotas.

    O tratamento com a lactase, no entanto, não é tão simples: "É vendida em poucas farmácias e o custo é alto. Deve ser tomada junto com o alimento que tem a lactose, como leite, bolos, sorvetes e alimentos ricos em queijos. A pessoa deve estar com a lactase sempre à mão e saber bem a composição do alimento para saber se tem muita ou pouca lactose, para acertar a quantidade da enzima a ser tomada. Não é muito prático", finaliza Nilton Carlos.
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    Soja, ovo e frutos do mar
    Soja, ovo, nozes e amendoim, peixes e frutos do mar e frutas cítricas estão entre os alimentos com maior incidência de alergia infantil. "É mais comum que a reação alérgica com abacaxi, manga, morango e outras frutas cítricas seja oral, com irritação, coceiras ou inchaço labial. Nesses casos, basta que a mãe aqueça a fruta em alta temperatura que haverá uma desnaturação da proteína que está causando a alergia. Bolos ou preparos quentes não fazem mal", explica o professor de Gastroenterologia Pediátrica Nilton Carlos Machado.

    De acordo com o médico nutrólogo da Abran Carlos Nogueira, só existe uma maneira de conviver com a alergia: "Não tem jeito, tem que tirar o alimento da criança. Se ela continuar tendo acesso ao alimento que tem alergia pode ter algo mais grave como um quadro de choque anafilático", explica. Por isso, os especialistas recomendam que a mãe evite fornecer alimentos como soja, ovo, amendoim, peixes e frutos do mar para a criança antes de um ano de idade.

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