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quinta-feira, 12 de julho de 2012

Pré-Natal: O ideal é que as gestantes iniciem o pré-natal no primeiro trimestre, assim evitando problemas que podem causar o parto precoce, o aborto e sérias patologias que tragam conseqüências irreversíveis para a gestante e seu bebê.

A Triagem Pré-Natal é dividido em duas fases, são elas:

Primeira Fase: são coletadas gotas de sangue dos dedos das mãos da gestante, esta coleta é feita em papel filtro na própria unidade de saúde pública. A partir daí são realizados 16 exames que detectam as seguintes doenças: Toxoplasmose, Rubéola, Citomegalovírus, Sífilis, Síndrome da Imunodeficiência Adquirida (AIDS), Doença de Chagas, Hepatite B e C, Fenilcetonúria Materna, HTLV, Hipotireoidismo e Clamídia.  

Segunda Fase: a coleta é feita com o mesmo procedimento realizado na Primeira Fase e deve ser efetuada no 28ª a 30ª semana de gestação, o equivalente ao oitavo mês. Nesta fase são feitos os exames de Toxoplasmose IgM, HIV 1 e 2 e Sífilis Recombinante.

Os exames da Triagem Pré-Natal são realizados gratuitamente através do Sistema Único de Saúde (SUS), abaixo mais detalhes sobre cada um deles:

1. Anti-Toxoplasma gondii IgM e IgG (Toxoplasmose): A forma mais comum de contágio se dá através da ingestão de alimentos contaminados, como verduras e legumes e contato direto com alguns animais como gatos e pombos. Ingerir um cisto presente em carnes cruas, mal cozidas ou ficar em contato com a própria terra contaminada pode provocar a toxoplasmose. Se a gestante for infectada, os parasitas podem atravessar a placenta e infectar o feto, o que pode levar a abortos e a má-formações como hidrocefalia, que acontece em um terço dos casos, e também podem ocorrer neuropatias e oftalmopatias na criança como défices neurológicos e cegueira.

2. Anti-Rubéola IgM e IgG (Rubéola): É uma doença infecciosa provocada por um vírus. Sua manifestação é discreta, acontece apenas uma vez durante toda a vida, a transmissão ocorre através do contato com espirro, tosse ou gotículas de saliva de uma pessoa infectada. Durante a gravidez pode resultar em aborto, parto prematuro e má-formação congênita. A gravidade da rubéola congênita geralmente é maior quando a infecção ocorre durante o período de formação do embrião, que são os três primeiros meses da gestação, e neste caso, cerca de 80% das crianças podem nascer com a síndrome da rubéola congênita, podendo ter comprometimento ocular (glaucoma, microftalmia), auditivo (surdez total), problemas cardíacos e neurológicos como retardo mental e microcefalia. Os riscos são praticamente inexistentes se a infecção ocorrer durante os últimos três meses da gestação. A medida de proteção mais importante contra a rubéola é a vacinação, o principal objetivo da vacina é evitar a rubéola congênita.

3. Anti-Citomegalovírus IgM e IgG (Doença da Inclusão Citomegálica): Infecção do feto por um vírus. Em alguns casos não apresenta sintomas ao nascimento, porém em pouco tempo o bebê pode ter problemas como deficiência visual, perda auditiva e retardo mental. Com o exame pré-natal é possível diagnosticar a infecção, podendo evitar complicações como retinocoroidite, microcefalia, calcificações cerebrais, hepatoesplenomegalia e hidrocefalia. Não há tratamento específico, mas o controle das doenças pode diminuir as seqüelas.

4. Anti-Treponema pallidum recombinante (Sífilis Congênita): A sífilis congênita é a transmissão via transplancentária do Treponema pallidum presente no sangue da gestante infectada para o bebê, pode ser transmitido também durante o parto ou através de contato com lesões vaginais. A taxa de transmissão vertical da sífilis em mulheres não tratadas é de 70% a 100% nas fases primária e secundária da doença, reduzindo-se para 30% nas fases latentes e tardias. Quando a gestante adquire a sífilis pode ocorrer aborto espontâneo, parto prematuro, recém-nascidos sintomáticos ou assintomáticos. Porém se não for tratado imediatamente pode desenvolver sérios problemas e levar à morte. Em geral, o bebê contrai a sífilis congênita em conseqüência da ausência de assistência pré-natal na gestante. A Sífilis primária costuma não ser percebida pelo paciente e pode se prolongar por muitos anos.

5. Anti-Tripanosoma cruzi (Doença de Chagas): Doença provocada por um protozoário. O parasita se aloja em tecidos musculares e impede que estes funcionem adequadamente. É comum comprometerem a função do músculo cardíaco e da musculatura do esôfago. Os recém-nascidos com infecção por chagas podem apresentar sinais clínicos desde o nascimento, ou podem passar sem sintomas por vários anos. Os resultados do tratamento dependem da idade em que se inicia, quando começa antes dos seis meses os exames sorológicos e parasitológicos tornam-se negativos.

6. Anti-HIV 1 e 2 (Síndrome da Imunodeficiência Humana): É uma doença infecto-contagiosa causada pelo vírus HIV que leva à perda da imunidade, ou seja, diminui a capacidade do portador se defender de infecções. Os sintomas mais comuns são febres constantes, manchas na pele, ínguas e nas fases mais avançadas pode aparecer tuberculose, pneumonia etc. A transmissão acontece através do contato com mucosas ou com alguma região ferida do corpo. Toda mulher grávida deve fazer o teste da AIDS. Este exame é especialmente importante durante a gestação, pois em caso positivo a mãe recebe um tratamento adequado reduzindo a chance de transmissão para o bebê durante a gravidez, o parto e a amamentação, por isso a lactação deve ser inibida e o leite materno substituído. Se forem tomados todos os cuidados devidos esse risco pode ser reduzido em até 67%.

7. PKU (Fenilcetonúria materna): Mulheres que possuem fenilalaninemias têm que fazer o controle dietético da fenilalanina sanguínea (PKU) antes mesmo da gravidez. Os níveis elevados de fenilalanina no sangue causam microcefalia, retardo mental e anormalidades cardíacas congênitas no feto. Algumas destas respostas do desenvolvimento à fenilalanina elevada ocorrem durante os primeiros meses de gestação.

8. Anti-Hbc e HBsAg (Hepatite B): O vírus que causa a hepatite B (VHB) é um vírus DNA, transmitido por sangue (transfusões, agulhas contaminadas, relação sexual, após o parto, instrumentos cirúrgicos ou odontológicos, etc). Não há nada de prático que possa ser feito durante o pré-natal, mas o fato do pediatra estar avisado sobre o problema materno melhora a abordagem inicial desta criança ao nascer, podendo ser providenciado o tratamento precoce evitando o aparecimento de doenças preliminares graves.

9. Anti-HCV (Hepatite C): Hepatite C é a inflamação do fígado causada pela infecção pelo vírus da hepatite C (VHC ou HCV), transmitido através do contato com sangue contaminado. A realização de triagem sorológica para a hepatite C no pré-natal de todas as gestantes é indicada para o diagnóstico precoce e posteriormente aplicar uma orientação adequada a essas pacientes. Em muitos casos o pré-natal pode ser a única oportunidade de identificar uma mulher portadora permitindo sua orientação e avaliação para tratamento.

10. Anti-HTLV – 1 e 2: O HTLV é um retrovírus e que possui o tipo I e II, sendo o tipo I implicado em doenças neurológicas e leucemia e o II é pouco evidenciado como causa de doença.  Esse vírus é transmitido pelo contato com sangue, pela via sexual e pela amamentação. Cerca de 99% das pessoas infectadas com HTLV não desenvolvem qualquer tipo de problema, por isso não há recomendação de tratamento a portadores assintomáticos. Nos casos onde há uma comprovação de sintomas provocados pela infecção, o tratamento irá depender de uma avaliação neurológica.

11. Anti-Chlamydia IgA (Clamídia): A Chlamydia trachomatis, uma Doença Sexualmente Transmissível extremamente comum, é provocada por uma bactéria, que proporciona danos aos órgãos reprodutivos femininos e, pode causar ao recém-nascido pneumonia e conjuntivite. A pesquisa e o diagnóstico da Clamídia através da triagem pré-natal são importantes para evitar seqüelas que podem aparecer na gravidez, como de gestação pré-termo, ruptura precoce de membranas e até aborto.

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