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sexta-feira, 25 de maio de 2012

Puericultura:Estimulando o desenvolvimento de dois a quatro meses

 
 
 
 
 
 
 
 
 

Por volta dos dois meses de idade, o bebê será capaz de sustentar firmemente a cabeça, de sorrir, de interagir com as pessoas e de interessar-se pelo ambiente e pelos objetos. Com o fortalecimento da musculatura cervical, a criança poderá permanecer mais tempo em condições de postura que lhe permitam vivenciar e captar plenamente os estímulos sensoriais que lhe chegam do ambiente. Quando o bebê alcança essa habilidade, sua mente estará estruturando recursos para associar as informações recebidas simultaneamente pela visão e pela audição, criando o esquema de reconhecimento que será utilizado como padrão de inteligência pelo resto da vida.
    Reconhecer é conhecer duas vezes. Em nossa mente, existe um processo associativo poderoso que relaciona estímulos sensoriais diferentes para se definir (reconhecer) o objeto de nossa atenção. Por exemplo, se alguém lhe disser a palavra copo, de modo automático, a sua mente vai associar o estímulo auditivo à imagem visual armazenada, à lembrança da sensação tátil de pegar o copo e à função do objeto no cotidiano. Através da associação instantânea e quase imperceptível, você estará definindo mentalmente o objeto que nem precisa estar em seu raio de visão. Se, por qualquer razão, a mente não realizar a associação instantânea, você não vai saber do que se trata. Seria como estar escutando linguagem estranha e desconhecida.
    Podemos definir inteligência como a capacidade do cérebro de associar diferentes estímulos de maneira mais ou menos complexa, de modo a definir o objeto da atenção, criando e armazenando novo conceito multifacetado.
    É durante os primeiros meses de vida que a intensa rede associativa se estabelece, através da estabilização das conexões entre as células nervosas. A qualidade e extensão da rede vão depender diretamente da qualidade dos estímulos fornecidos ao bebê. Daí a importância de propiciar à criança infância rica em vivências e experiências coerentes, de maneira a estruturar tais recursos.
    O segundo bimestre de vida também é momento importante na aquisição e estabelecimento da corporeidade. Corporeidade é a maneira como o cérebro reconhece e utiliza o corpo como instrumento relacional com o mundo. Durante os quatro primeiros meses de vida, a criança não tem a capacidade de abrir voluntariamente as mãos (devido aos reflexos primitivos remanescentes do estágio de recém-nascido), nem força muscular para manter-se sentada sozinha. Isto a impossibilita de manipular os objetos.
    Os pais podem auxiliar a criança a estabelecer e desenvolver a corporeidade, tocando e massageando as mãos, colocando objetos de diferentes texturas em suas mãos e apoiando a criança sentada, mesmo que seja no colo, o maior período de tempo possível. Os pais, como elementos educadores, podem auxiliar a estruturação da inteligência dos filhos, se tiverem em mente esses princípios e se, sistematicamente, adotarem algumas técnicas da pedagogia do lactente. As técnicas, quando empregadas rotineiramente, além de trazerem grande prazer e satisfação ao bebê, estreitam de maneira definitiva os laços afetivos da criança com os pais, estimulando melhor conhecimento mútuo e compreensão.

    1. Estimule o sustento cefálico.

    A partir do momento que o seu filho adquirir a capacidade de firmar a cabeça, não o carregue mais como recém-nascido. Segure-o de maneira a deixar-lhe a cabeça solta e livre. Você pode fazer isso apoiando as costas da criança sobre o seu tórax e segurando-a sentada pelas pernas e pela barriga; ou apoiando o tórax da criança contra o seu ombro; ou, se você tiver força e fôlego, pode apoiá-la deitada com a barriga para baixo com uma das mãos em seu tórax, segurando-lhe firmemente as perninhas com a outra mão, enquanto a suspende em diferentes alturas, para que ela possa passear pelos ambientes da casa, como se estivesse voando lentamente. Muito estimulante e divertida, a brincadeira acaba tornando-se rotina na vida dos bebês que a experimentam e que passam a solicitá-la diariamente.

    2. Continue conversando com seu filho.

Enquanto você estiver passeando com seu filho, observe atentamente o que ele estiver olhando. Repita várias vezes o nome da pessoa ou do objeto em que estiver focando a atenção. Fale o nome certo, pausada e lentamente, para que possa correlacionar a imagem visual com o som articulado. Se não estiver prestando atenção a nenhum objeto, simplesmente cantarole alguma canção do seu repertório habitual. Não se esqueça de que os bebês não enxergam direito de longe. Leve seu filho para bem perto das pessoas e objetos, para que possa enxergá-los bem.

    3. Brinque com o corpo do bebê.

    Movimente-lhe os pés e as mãos, afague, massageie e faça cócegas. Movimente-o ativamente e modifique sua posição de vez em quando. Tente colocá-lo de pé, para que sinta e tente apoiar-se ao solo. Quando estiver bem desperto, coloque-o sentado com o apoio de almofadas, mesmo que seja por alguns momentos. Não o acostume a permanecer monotonamente deitado no berço. Estimule, dessa maneira, a criança a reconhecer os recursos corporais, facilitando o cérebro a sentir e utilizar o corpo.
    Quando a criança conseguir dominar os seus reflexos primitivos para abrir voluntariamente as mãos e conseguir manter-se sentada com apoio por tempo razoavelmente longo, terá subido mais um degrau na conquista das aptidões e terá estruturado os recursos mentais para prosseguir no desenvolvimento neuropsicomotor.

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