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quinta-feira, 19 de janeiro de 2012

Visita Puerperal e Retirada de Pontos Pós-Operatório


AÇÕES EM RELAÇÃO À PUÉRPERA
Anamnese
Verificar o cartão da gestante ou perguntar à mulher sobre:
• Condições da gestação;
• Condições do atendimento ao parto e ao recém-nascido;
• Dados do parto (data; tipo de parto; se cesárea, qual a indicação);
• Se houve alguma intercorrência na gestação, no parto ou no pós-parto
(febre, hemorragia, hipertensão, diabetes, convulsões, sensibilização Rh);
• Se recebeu aconselhamento e realizou testagem para sífilis ou HIV durante
a gestação e/ou parto;
• Uso de medicamentos (ferro, ácido fólico, vitamina A, outros).
Perguntar como se sente e indagar sobre:
• Aleitamento (freqüência das mamadas – dia e noite –, dificuldades
na amamentação, satisfação do RN com as mamadas, condições das
mamas);
• Alimentação, sono, atividades;
• Dor, fluxo vaginal, sangramento, queixas urinárias, febre;
• Planejamento familiar (desejo de ter mais filhos, desejo de usar método
contraceptivo, métodos já utilizados, método de preferência);
• Condições psicoemocionais (estado de humor, preocupações, desânimo,
fadiga, outros);
• Condições sociais (pessoas de apoio, enxoval do bebê, condições para
atendimento de necessidades básicas).
Avaliação clínico-ginecológica:
• Verificar dados vitais;
• Avaliar o estado psíquico da mulher;
• Observar estado geral: pele, mucosas, presença de edema, cicatriz (parto
normal com episiotomia ou laceração/cesárea) e membros inferiores;
• Examinar mamas, verificando a presença de ingurgitamento, sinais
inflamatórios, infecciosos ou cicatrizes que dificultem a amamentação;
• Examinar abdômen, verificando a condição do útero e se há dor à
palpação;
• Examinar períneo e genitais externos (verificar sinais de infecção, presença
e características de lóquios);
• Verificar possíveis intercorrências: alterações emocionais, hipertensão,
febre, dor em baixo-ventre ou nas mamas, presença de corrimento com
odor fétido, sangramentos intensos. No caso de detecção de alguma
dessas alterações, solicitar avaliação médica imediata, caso o atendimento
esteja sendo feito por outro profissional da equipe;
• Observar formação do vínculo entre mãe e filho;
• Observar e avaliar a mamada para garantia do adequado posicionamento
e pega da aréola. O posicionamento errado do bebê, além de dificultar a
sucção, comprometendo a quantidade de leite ingerido, é uma das causas
mais freqüentes de problemas nos mamilos. Em caso de ingurgitamento
mamário, mais comum entre o terceiro e o quinto dia pós-parto, orientar
quanto à ordenha manual, armazenamento e doação do leite excedente a
um Banco de Leite Humano (caso haja na região);
• Identificar problemas/necessidades da mulher e do recém-nascido, com
base na avaliação realizada.

Condutas
• Orientar sobre:
– higiene, alimentação, atividades físicas;
– atividade sexual, informando sobre prevenção de DST/Aids;
– cuidado com as mamas, reforçando a orientação sobre o aleitamento
(considerando a situação das mulheres que não puderem amamentar);
– cuidados com o recém-nascido;
– direitos da mulher (direitos reprodutivos, sociais e trabalhistas).
• Orientar sobre planejamento familiar e ativação de método contraceptivo,
se for o caso:
– informação geral sobre os métodos que podem ser utilizados no pósparto;
– explicação de como funciona o método da LAM (amenorréia da
lactação);
– se a mulher não deseja, ou não pode, usar a LAM, ajudar na escolha
de outro método;
– disponibilização do método escolhido pela mulher com instruções
para o uso, o que deve ser feito se este apresentar efeitos adversos e
instruções para o seguimento. 
• Aplicar vacinas, dupla tipo adulto e tríplice viral, se necessário;
• Oferecer teste anti-HIV e VDRL, com aconselhamento pré e pós-teste, para as
puérperas não aconselhadas e testadas durante a gravidez e o parto;
• Prescrever suplementação de ferro: 40 mg/dia de ferro elementar, até três
meses após o parto, para mulheres sem anemia diagnosticada;
• Tratar possíveis intercorrências;
• Registrar informações em prontuário;
• Agendar consulta de puerpério até 42 dias após o parto.
 
AÇÕES EM RELAÇÃO AO RECÉM-NASCIDO
 
 
 
Na primeira consulta:
• Verificar a existência da Caderneta de Saúde da Criança e, caso não haja,
providenciar abertura imediata;
• Verificar se a Caderneta de Saúde da Criança está preenchida com os dados
da maternidade. Caso não esteja, procurar verificar se há alguma informação
sobre o peso, comprimento, apgar, idade gestacional e condições de
vitalidade;
• Verificar as condições de alta da mulher e do RN;
• Observar e orientar a mamada reforçando as orientações dadas durante o prénatal
e na maternidade, destacando a necessidade de aleitamento materno
exclusivo até o sexto mês de vida do bebê, não havendo necessidade de
oferecer água, chá, ou qualquer outro alimento;
• Observar e avaliar a mamada para garantia de adequado posicionamento e
pega da aréola;
• Observar a criança no geral: peso, postura, atividade espontânea, padrão
respiratório, estado de hidratação, eliminações e aleitamento materno,
ectoscopia, características da pele (presença de palidez, icterícia e cianose),
crânio, orelhas, olhos, nariz, boca, pescoço, tórax, abdômen (condições do
coto umbilical), genitália, extremidades e coluna vertebral. Caso seja detectada
alguma alteração, solicitar avaliação médica imediatamente;
• Identificar o RN de risco ao nascer
Critérios principais:
– Baixo peso ao nascer (menor que 2.500 g)
– Recém-nascidos que tenham ficado internados por intercorrências após o
nascimento
  História de morte de criança < 5 anos na família
– RN de mãe HIV positivo
Critérios associados:
Dois ou mais dos critérios abaixo:
– Família residente em área de risco
– RN de mãe adolescente (<16 anos)
– RN de mãe analfabeta
– RN de mãe portadora de deficiência ou distúrbio psiquiátrico ou drogadição
que impeça o cuidado da criança
– RN de família sem fonte de renda
– RN manifestamente indesejado
Obs.: caso sejam identificados alguns desses critérios, solicitar avaliação médica
imediatamente.
• Realizar o teste do pezinho e registrar o resultado na caderneta da criança;
• Verificar se foram aplicadas, na maternidade, as vacinas BCG e de hepatite
B. Caso não tenham sido, aplicá-las na unidade e registrá-las no prontuário e
na Caderneta de Saúde da Criança.
• Agendar as próximas consultas de acordo com o calendário previsto para
seguimento da criança: 2º; 4º; 6º; 9º; 12; 18 e 24º mês de vida.

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