Estamos presente na dor, porque já estivemos muito perto do sofrimento. Servirmos ao próximo, porque sabemos que todos nós um dia precisamos de ajuda. Escolhemos o branco, porque queremos transmitir paz. Escolhemos publicar nossas ações, porque queremos transmitir fontes de saber. Escolhemos nos dedicar à saúde, porque respeitamos a vida.

"Trabalho não é apenas um meio de ganhar dinheiro ou de ser aceito e admirado. Muito mais do que isso, pode ser um meio de ser feliz, de se realizar, de fazer um mundo melhor."

quarta-feira, 29 de fevereiro de 2012

Prevenção pré-concepcional de patologias fetais: Prevenção de infecções congênitas

 SÍNDROME DA RUBÉOLA CONGÊNITA

A rubéola é uma doença infecciosa causada por um vírus (vírus da rubéola) que se manifesta de duas maneiras principais.
Na criança e no adulto (o que se chama de vida pós-natal), provoca um quadro clínico caracterizado por erupção avermelhada generalizada, febre baixa e aumento dos gânglios linfáticos. Dura apenas alguns dias e dificilmente deixa seqüelas.
Ao contrário, se o vírus da rubéola acometer a gestante, no primeiro trimestre de gravidez, pode causar lesões graves e irreversíveis ao feto, prejudicando a suaembriogênese. Deste modo, a síndrome da rubéola congênita caracteriza-se por retardo no crescimento intra-uterino; retardo neurológico, defeitos cardíacos; anomalias na visão que podem levar à cegueira; deficiências auditivas leves, moderadas ou graves; e anormalidades hematológicas , ósseas e hepáticas. O índice de mortalidade durante o primeiro ano de vida gira ao redor de trinta e cinco por cento.
A prevenção da síndrome da rubéola congênita se faz através de vacina, mas alguns dados devem ser considerados.
Como o vírus causa imunidade permanente, a mulher que tenha adquirido rubéola estará protegida: a doença não acomete duas vezes a mesma pessoa. No entanto, como existem várias doenças com manifestações parecidas com as da rubéola, um diagnóstico puramente clínico não é suficiente. Para se obter a certeza de que a mulher teve rubéola, é necessário dosar os seus elementos naturais de defesa, isto é, os anticorpos específicos para rubéola que se encontram no sangue, quer dizer, realizar a sorologia para rubéola. Este teste, bastante simples, pode quantificar o nível de anticorpos protetores e avaliar se a paciente está imunizada ou não para a rubéola. Caso o título de anticorpos seja baixo, a paciente está susceptível de ser infectada pelo vírus, sendo necessária a vacinação.
A vacina, no entanto, não pode ser utilizada durante ou próxima à gravidez, devido ao risco de o vírus vacinal ser também teratogênico. No mínimo, a vacina, em dose única, deve ser aplicada três meses antes da fertilização do óvulo.
Quem teve rubéola pode fazer uso da vacina sem problemas e alguns médicos, para economizar recursos, ganhar tempo ou fugir dos resultados pseudopositivos da sorologia, preferem indicar a vacina sem colher previamente material para a sorologia, o que é válido. Em todo o caso, pode-se repetir a sorologia dois meses após a vacinação, para se verificar se a paciente foi efetivamente imunizada. Isto por ser uma vacina muito instável e necessitar de refrigeração constante, podendo perder a capacidade imunizante, caso não seja adequadamente transportada e armazenada. 

 HEPATITE B CONGÊNITA

A hepatite B também é uma doença causada por vírus . Da mesma forma que a rubéola, causa imunidade permanente e pode ser prevenida através de vacinação.
São dois os objetivos da vacinação contra a hepatite B antes da concepção. O primeiro é imunizar a mãe.
Partos normais e cesáreas são procedimentos de risco sujeitos a complicações que podem ter curso com hemorragias graves que necessitem de transfusões de sangue. Sendo a hepatite B uma infecção potencialmente transmissível através de transfusões, a conduta mais segura é vacinar todas as candidatas à maternidade.
O segundo objetivo é proteger o feto.
Sendo uma infecção suscetível de transmissão por via transplacentária ou durante o parto, a hepatite B é capaz de acometer o recém-nascido. A hepatite B de evolução aguda geralmente é benigna e não deixa seqüela. Eventualmente este quadro pode cronificar-se. A infecção crônica pelo vírus da hepatite B é associada à cirrose hepática e ao câncer do fígado.
Através da sorologia específica para a hepatite B se pode conhecer o estado imunológico da futura mãe. No caso de ausência de anticorpos, indica-se a vacinação.
A melhor vacina é a produzida pela engenharia genética.
Consegue-se a imunidade com três doses. A segunda dose é aplicada com intervalo de trinta dias; a terceira, com intervalo de cento e oitenta dias, em relação à primeira.
A vacina necessita de reforços a cada cinco anos, para garantir o máximo de eficácia.

O problema da AIDS na Gravidez

A AIDS, ou síndrome da deficiência imunológica adquirida , é uma doença infecciosa, causada por um vírus (vírus da imunodeficiência humana ou HIV) transmissível através do sangue e do contato sexual, que se caracteriza pela debilitação crônica, progressiva e praticamente irreversível do sistema imunológico. Apesar dos grandes avanços terapêuticos, a AIDS está longe de ter solução definitiva e vem tornando-se um dos maiores flagelos da humanidade.
Em algumas clínicas, o exame para o diagnóstico de AIDS é realizado rotineiramente em todas as mulheres que estejam tentando engravidar, tanto pelo risco de transmissão vertical como pelas limitações naturais que a gravidez impõe ao tratamento da doença e de suas complicações.
A amamentação em mães contaminadas pelo vírus é contra-indicada, pois o risco de transmissão do vírus pelo leite materno também existe .
Indicar a coleta rotineira de sorologia para AIDS, antes e/ou durante a gravidez, é conduta atualmente amplamente recomendada.
Antes da gravidez, para indicar a contracepção. Durante a gravidez, para o tratamento da gestante e do recém-nascido de modo a diminuir a taxa de transmissão vertical.
Estudos científicos internacionais têm mostrado que a taxa de transmissão vertical pode ser reduzida de 25,5% para 8,3% através do tratamento seqüencial (antes, durante e depois do parto) com zidovudina, da gestante e do recém-nascido de mãe infectada pelo HIV. Este protocolo terapêutico está sendo atualmente recomendado pela Ministério da Saúde. 
  
SÍFILIS
    
Há algumas décadas, antes do advento da penicilina, a sífilis ocupava o lugar que atualmente é da AIDS: uma doença venérea estigmatizante, lentamente fatal, que produz síndrome congênita grave quando presente na gravidez .
A sífilis não mudou e ainda existe. Em compensação, há tratamento simples, seguro, eficaz e barato. Isto para o adulto, porque o tratamento das seqüelas da sífilis congênita nem sempre é fácil.
Clinicamente, o quadro de sífilis congênita caracteriza-se por manifestações ósseas (osteocondrite sifilítica), miocardite, pneumonia, meningite, lesões do sistema nervoso central com retardo do desenvolvimento neurológico, paralisias, lesões oculares, surdez, hepatite, entre outras.
Para evitar tão terríveis conseqüências, a melhor solução é prevenir. Basta colher sorologia do casal antes da concepção. Caso o resultado seja positivo, realiza-se o tratamento antibiótico. Algum tempo após o tratamento, o médico pode repetir a sorologia para verificar se houve cura efetiva. Independente do resultado da sorologia anterior à fecundação, durante a gravidez, o médico pode solicitar outra sorologia, a fim de detectar possível reativação ou infecção recente pela espiroqueta causadora da sífilis.
Aqui a simplicidade do tratamento e a gravidade do quadro clínico não deixam dúvidas de que o único caminho é pôr os preconceitos de lado, colher os exames e assumir a responsabilidade, quando for o caso. Tudo em nome do futuro dos filhos. 

 TOXOPLASMOSE
    
A toxoplasmose é uma doença parasitária causada por um protozoário denominado Toxoplasma gondii.
O toxoplasma é um parasita que tem como hospedeiro definitivo o gato; o homem, outros mamíferos e as aves são hospedeiros intermediários.
Tecnicamente, chamamos de hospedeiro definitivo aquele no qual o parasita se reproduz de modo sexuado. No hospedeiro intermediário, a reprodução do parasita é assexuada.
No homem adulto, a toxoplasmose geralmente é assintomática. Ocasionalmente, pode cursar com um quadro de eritema , febre e aumento ganglionar semelhante ao da rubéola. Geralmente é autolimitada e raramente necessita de tratamento específico.
Por outro lado, se adquirida um pouco antes ou durante a gravidez, temos a síndrome da toxoplasmose congênita, que é um quadro grave caracterizado por manifestações cerebrais (encefalite, calcificações cerebrais, hidrocefalia, retardo neuromotor), manifestações oculares (microftalmia, estrabismo, destruição da retina), manifestações sistêmicas (pneumonia, miocardite, hepatite, anemia, icterícia), entre outras. A taxa de mortalidade gira em torno de quarenta a cinqüenta por cento dos bebês infectados.
Apesar de ser doença que causa imunidade, ainda não existe vacina específica e o combate à toxoplasmose congênita reside em dois níveis: profilaxia da infestação e tratamento dos casos suspeitos durante a gestação.

    Profilaxia

A profilaxia para a toxoplasmose congênita depende exclusivamente de certos cuidados básicos para evitar a infestação do parasita no organismo da gestante. A toxoplasmose pode ser adquirida pelo ser humano adulto através de duas vias:
  1. Por ingestão dos protozoários defecados pelos gatos na terra, no lixo ou na areia, veiculados pelo contato manual ou através de vetores, como moscas, baratas e minhocas.
  2. Por ingestão de carne crua ou mal passada de animais contaminados.
Para prevenir a infestação na gestante não imunizada, é necessário evitar o contato desta com gatos e a sua presença no ambiente doméstico; manter perfeita limpeza da casa e arredores, eliminando os insetos vetores; habituar a gestante ao uso de luvas para manipular carnes cruas, o solo, a areia e o lixo, lavando muito bem as mãos após o contato com este tipo de material; finalmente, cozinhar bem as carnes (o aquecimento acima de sessenta e seis graus centígrados mata o toxoplasma).

Tratamento

Por ser patologia suscetível ao tratamento por antibiótico totalmente seguro durante a gestação (espiramicina), o médico assistente deve estar atento aos seus sintomas na mãe. O diagnóstico é feito através de sorologia específica, mas a simples suspeita durante a gravidez, na falta ou no atraso do recurso laboratorial, justifica o tratamento. A gravidade da doença e a segurança da medicação, que não oferece nenhum risco teratogênico, fundamentam a conduta.
A coleta rotineira de sorologia para toxoplasmose, antes e durante a gestação, é tema de controvérsias. No entanto, a sorologia anterior negativa, seguida de quadro clínico compatível e de nova sorologia positiva, confirmam o diagnóstico de toxoplasmose adquirida e auxiliam o médico na decisão terapêutica. Por outro lado, a sorologia francamente positiva realizada antes da gravidez é sinal de imunidade e o risco de transmissão da doença para o feto por via transplacentária praticamente inexiste. 


TÉTANO UMBILICAL

O tétano é uma doença gravíssima causada pela toxina da bactéria chamada Clostridium tetani.
Caracteriza-se pelo comprometimento progressivo do sistema nervoso central, que culmina com paralisia respiratória e morte.
O tétano umbilical, ou mal-de-sete-dias, é adquirido através da contaminação do coto umbilical do recém-nascido.
 A profilaxia é muito simples e consiste em:
  1. Imunização da futura mãe, antes ou durante a gravidez, através da vacinação antitetânica, uma vez que os anticorpos maternos, transpondo a placenta, protegem efetivamente o recém-nascido, nos primeiros meses de vida. O esquema completo de vacinação antitetânica para o adulto é realizado, geralmente, com três doses da vacina, com intervalos de um a dois meses e reforços a cada dez anos. Quando a mulher recebeu o esquema completo de vacinação durante a infância, basta uma dose de reforço antes ou durante a gestação. Se a mulher não foi anteriormente imunizada, pode ser vacinada durante a gestação com as três doses, sem problemas.
  2. Cuidados adequados de higiene e assepsia do coto umbilical, durante o parto e nos primeiros dias de vida do bebê, até que ocorra a cicatrização completa do umbigo. Preconiza-se também o emprego, imediatamente após o parto, de soro antitetânico específico, para os recém-nascidos de mães não imunizadas .

Puericultura: PREVENÇÃO DA ANEMIA FERROPRIVA

A anemia ferropriva é uma das síndromes carenciais mais freqüentes da infância. Ocorre somente entre os seis meses e os seis anos de idade. Não deve ser confundida com a anemia fisiológica, que aparece em torno do terceiro mês de vida (e não responde a tratamento); nem com as graves anemias hereditárias, que persistem após esta época.
    O termo ferropriva significa simplesmente privado de ferro. O ferro é elemento essencial na constituição da hemoglobina (a proteína carregadora de oxigênio existente nas hemácias do sangue). Na ausência de ferro, a medula óssea não produz hemoglobina, o que, clinicamente, se traduz na anemia ferropriva.
    A anemia ferropriva, isoladamente, não é doença grave, que possa levar à morte. A carência de oxigênio nos tecidos, no entanto, está relacionada a vários fatores depreciativos, como o retardo do desenvolvimento neurológico, a falta de apetite, e um certo déficit no sistema imunológico.
    A anemia ferropriva está presente em todas as partes do mundo, tanto em países desenvolvidos, como no terceiro mundo, pois não é doença relacionada à miséria. Também não está relacionada às parasitoses urbanas comuns, nem à desnutrição, nem ao uso de medicamentos ou antibióticos.
    O grande causador da anemia ferropriva é o excesso de ingestão de leite de vaca. Estudos norte-americanos demonstram a relação direta entre a ingestão diária de mais de 900ml de leite de vaca e o aparecimento da anemia ferropriva .
    Existem várias razões pelas quais o excesso de leite de vaca pode provocar a diminuição de ferro no organismo. Entre elas, o baixo teor de ferro, a baixa biodisponibilidade (capacidade de ser absorvido pelo sistema digestório) e, sem dúvida a maior de todas, o sangramento da parede intestinal provocado pelas proteínas do leite de vaca .
    Sob este prisma, a anemia ferropriva é considerada conseqüência direta de um erro alimentar. O fato é que, em nossa sociedade, o fornecimento de grandes quantidades de leite de vaca à criança perfeitamente apta a ingerir alimentos sólidos é paradigma cultural. Junte-se a isso a conotação afetiva da sucção ao bico da mamadeira (que relembra o seio), a facilidade do preparo da mamadeira e a rapidez com que é ingerida.
    O primeiro passo, portanto, no tratamento da anemia ferropriva, é o da mudança de hábitos alimentares. O ideal é que a criança ingira, no máximo, duas mamadeiras de leite por dia e aumente a ingestão de alimentos sólidos ricos em ferro, como as carnes vermelhas, o fígado, os miúdos do frango, a soja , o feijão, as ervilhas, as lentilhas e a abóbora.
    Uma medida útil, mas não definitiva, é trocar o leite integral por um preparado em pó maternizado, enriquecido de ferro. Nos casos resistentes, se a criança aceitar, podem-se utilizar preparados à base de soja.
    O tratamento clínico da anemia ferropriva sempre é realizado com a administração de preparados à base de ferro e deve durar, no mínimo, quatro meses, a fim de que o organismo tenha chance de repor todos os estoques exauridos. No entanto, se a criança continuar a ingerir grandes quantidades de leite, dificilmente vai obter a cura definitiva e a anemia ferropriva tornará a aparecer. 

Puericultura realizada em 29/02/12, Enfermeira Isla do PSF Perpértuo Socorro, nossa Coordenadora/Enfermeira Joana Darc se encontra de férias.

sexta-feira, 24 de fevereiro de 2012

Nossa gemelar Kemilly atingiu o peso de 2kg para realização da vacina BCG

Evolução normal da lesão vacinal

A vacina BCG liofilizada, após diluição com solução de cloreto de sódio e completa homogeneização, é aplicada por via intradérmica na dose indicada de 0,1 ml, na inserção inferior do músculo deltóide do braço direito. A lesão vacinal evolui da seguinte forma:

-da 1ª à 2ª semana: mácula avermelhada com enduração de 5 a 15 mm de diâmetro.
-da 3ª à 4ª semana: pústula que se forma com o amolecimento do centro da lesão, seguida pelo aparecimento de crosta.
-da 4ª à 5ª semana: úlcera com 4 a 10 mm de diâmetro.
-da 6ª à 12ª semana: cicatriz com 4 a 7 mm de diâmetro, encontrada em cerca de 95% dos vacinados. Não se deve cobrir a úlcera ou colocar qualquer tipo de medicamento.

O tempo dessa evolução é de seis a doze semanas, podendo prolongar-se raramente até a 24ª semana. Eventualmente pode haver recorrência da lesão, mesmo depois de ter ocorrido completa cicatrização.

Quando aplicado em indivíduos anteriormente infectados, quer por infecção natural, quer pela vacinação, o BCG determina lesões geralmente um pouco maiores e de evolução mais acelerada (fenômeno de Koch), com cicatrização precoce.

Durante a evolução normal da lesão vacinal, pode ocorrer enfartamento ganglionar axilar e supra ou infraclavicular, único ou múltiplo, não-supurado.

Aparece três a seis semanas após a vacinação, é homolateral ao local da aplicação, firme, móvel, clinicamente bem perceptível, frio, indolor, medindo até 3 cm de diâmetro, e não acompanhado de sintomatologia geral. Pode evoluir por tempo variável, geralmente em torno de quatro semanas e permanece estacionário durante um a três meses, desaparece espontaneamente, sem necessidade de tratamento. O aparecimento desses gânglios ocorre em até 10% dos vacinados.

Queimaduras em crianças: quando o perigo está no próprio lar

Criança  com queimaduras-povoado riacho   

As queimaduras lideram as causas de acidentes fatais domiciliares na faixa etária de 1 a 9 anos.

Elas podem ser térmicas (mais comuns), elétricas, químicas ou provocadas por irradiação. “Pequenos com menos de 3 anos de idade geralmente se queimam em contato com líquidos superaquecidos, como o leite e a água. Já as crianças acima de 3 anos são mais suscetíveis a acidentes com fogo, líquidos inflamáveis e fogos de artifício. Queimaduras por eletricidade ou agentes químicos são mais raras”, explica a cirurgiã plástica.

O que fazer em casos de queimaduras envolvendo crianças?


 Podem ser colocadas compressas de água fria sobre a lesão para aliviar a dor e reduzir a formação de edema.


“Só deve ser utilizada água. Qualquer outra substância pode transformar as queimaduras superficiais em profundas. Não se deve passar de forma alguma produtos caseiros, como manteiga ou água sanitária, na área afetada”


Os primeiros socorros podem ser essenciais para salvar a vida da criança e evitar sequelas.


Além das compressas de água, deve-se remover toda a roupa da vítima para cessar o processo de queimadura, uma vez que os tecidos sintéticos queimam rapidamente em altas temperaturas.


No caso de queimaduras elétricas, se a criança estiver presa à fonte de energia, a primeira providência é desligar a fonte antes de tentar retirá-la dessa situação.


Em casos de queimadura química, o produto deve ser removido imediatamente com grande quantidade de água – no mínimo por 20 a 30 minutos. “Se houver pó seco ainda depositado sobre a pele, ele deverá ser removido antes de iniciar a irrigação com água. As roupas impregnadas com substância química devem ser removidas com cuidado”
 

Após os primeiros socorros, a criança deve ser levada imediatamente ao médico. É ele quem vai avaliar o percentual da superfície queimada e profundidade, definindo se há necessidade de internação.

As lesões chamadas de primeiro grau atingem a camada mais externa da pele - a epiderme - e geralmente demandam apenas acompanhamento ambulatorial.


Já as lesões de segundo grau – que atingem as camadas externa e média da pele, epiderme e derme – e de terceiro grau – que atingem a totalidade das camadas da pele e em muitos casos outros tecidos, como o tecido celular subcutâneo, músculos e ossos – podem levar à internação, dependendo da localização e da superfície corporal atingida.

Medidas simples e eficazes

Algumas medidas simples podem evitar o risco de queimaduras em crianças:


- Na infância, a maioria dos acidentes ocorre no lar. Portanto, crianças nunca devem ficar sozinhas ou aos cuidados de outras crianças.


- Na cozinha, é fundamental estabelecer uma área segura onde as crianças possam ser colocadas a salvo, como em cadeiras altas, próprias para elas, ou em cercados bem distantes de fogões ou mesas, dificultando que elas alcancem esses locais com os braços.


- O responsável deve deixar claro que a cozinha não é lugar de brincadeiras.


- Não utilizar toalhas de mesa compridas, pois as crianças poderão puxá-las podendo trazer junto o que estiver em cima, como alimentos superaquecidos.


- Não deixar aparelhos aquecidos no chão para esfriar, como o ferro elétrico.


- No fogão, utilizar preferencialmente as bocas do fundo, com os cabos das panelas virados para trás.


- Proibir crianças de empinar pipas ou papagaios em locais próximos à rede elétrica e de tentar desenrolá-los da fiação.


- Proibir crianças de soltar balões e fogos de artifício e de brincarem perto de fogueiras ou churrasqueiras.


- Atenção ao aquecimento de alimentos e líquidos para bebês em forno microondas: o líquido sempre é mais aquecido que o recipiente.


- Não beber ou manipular líquidos aquecidos perto de crianças.


- Evitar estocar substâncias químicas em casa – as imprescindíveis devem ser rotuladas como perigosas e armazenadas completamente fora do alcance de crianças.


- Substituir o álcool líquido pelo gel.  
 


As lesões por queimaduras encontram-se entre os tipos de trauma mais doloroso.
Aproximadamente 12 mil pessoas morrem de queimaduras e lesões relacionadas à inalação.
Mais da metade das queimaduras que levam à admissão hospitalar poderia ter sido evitada
(SMELTZER; BARE 2002).

As crianças pequenas e os idosos estão particularmente em risco de queimaduras,
enfatizando que a maioria dessas lesões ocorrem em casa .

O primeiro atendimento ao paciente queimado constitui determinante fundamental
no êxito final do tratamento, contribuindo decisivamente para a redução da morbidade e da
mortalidade. A abordagem inicial ao portador de queimadura é sempre feita em caráter
emergencial e na maioria das vezes em instituições especificas ao tratamento deste tipo de
ocorrência, porém, muitas vezes requer um atendimento pré-hospitalar. 
 Os cuidados prestados aos queimados necessitam de uma boa assistência de
enfermagem nas 24 horas de serviço, visando reduzir as dores físicas e emocionais, medos e
ansiedades participando de toda sua assistência, procedimentos técnicos e administrativos.
Esses cuidados iniciam ao receber o paciente através de uma conduta adequada no
atendimento primário e seguindo com os cuidados durante todo o tratamento.
 Considerando a assistência a criança, esta deve ser prestada de forma diferenciada a
do adulto, onde as fases do desenvolvimento devem ser levadas em consideração pela
enfermeira, para que o cuidado dispensado a mesma possa ser eficaz.
A equipe de enfermagem deve estar preparada para quaisquer intercorrências
junto ao paciente, para isto esta deve ser portadora de um conhecimento global do processo
fisiopatológico e da terapêutica a ser ministrada ao paciente queimado, uma vez que condutas
inadequadas na assistência de enfermagem podem provocar seqüelas irreversíveis ao doente.
Diante das considerações apresentadas e dada à relevância da temática o
presente estudo teve como objetivo Descrever o tipo de abordagem inicial a crianças vitimas de
queimaduras pelos enfermeiros.

A ferida da queimadura a princípio é estéril, porém o tecido necrótico rapidamente
se torna colonizado por bactérias endógenas e exógenas, produtoras de proteases, que levam
à liquefação e separação da escara, dando lugar ao tecido de granulação responsável pela
cicatrização da ferida, que se caracteriza por alta capacidade de retração e fibrose nas
queimaduras de terceiro grau. 

Nas grandes queimaduras, além da resposta local, há também uma reação
sistêmica do organismo, em conseqüência da liberação de mediadores pelo tecido lesado.
Trazendo conseqüências imediatas, ao organismo afetado, como: hipovolemia com
hemoconcentração e intenso desequilíbrio hidroeletrolítico, os quais se não atendidos em
tempo hábil, levam a deficiência circulatória generalizada com conseqüente estado de choque,
insuficiência renal aguda, insuficiência respiratória, , insuficiência cardíaca e parada cardiorrespiratória. Este, portanto, merece uma assistência imediata e intensiva. O enfermeiro
necessita, portanto, ter conhecimento científico que fundamente e justifique todos
procedimentos utilizados durante a administração de cuidados de enfermagem ao paciente.

CLASSIFICAÇÃO DAS QUEIMADURAS
As queimaduras podem ser classificadas quanto ao agente causador (físico, químico ou biológico), profundidade ou grau, extensão ou severidade, localização e período evolutivo (BOMBEIROS/EMERGÊNCIA, 2007).

 QUANTO A PROFUNDIDADE 
  
Queimadura de Primeiro Grau: lesão das camadas superficiais da pele, ou seja, afeta apenas a epiderme. Os sinais são vermelhidão e uma dor local insuportável, entretanto tem uma melhora do quadro dentro de uma semana, não deixando cicatriz;
Queimadura de Segundo Grau: lesão das camadas mais profundas da pele, envolvendo a epiderme e partes variadas da derme subjacente. Os sinais são bolhas, flictenas e desprendimento de camadas da pele. Essas feridas são dolorosas, apresenta melhora do quadro dentro de duas a três semanas, precisando geralmente de correção cirúrgica;
Queimadura de Terceiro Grau: lesão de todas as camadas da pele, comprometendo os tecidos mais profundos, caracteriza-se por ter várias aparências, especificamente “as feridas aparecem como queimaduras espessas, secas, esbranquiçadas e com aspecto de couro, independentemente da raça ou coloração da pele. Nos casos graves, a pele tem uma aparência carbonizada, com trombose visível dos vasos sanguíneos”.
Queimadura de Quarto Grau: “as queimaduras de quarto grau são as que não somente atingem todas as camadas da pele, como também queimam o tecido adiposo, músculos, ossos ou órgãos internos subjacentes”. (AEHLERT, 2007).

QUANTO A EXTENSÃO OU SEVERIDADE

Tem por base a avaliação da percentagem da superfície corporal total afetada: Leves ou pequeno queimado: pacientes com queimaduras de 1º e 2º graus com até 10% da área corporal atingida;
 Médias ou médio queimado: pacientes com queimaduras de 1° e 2º graus com área corporal atingida entre 10% e 25%, ou de 3º grau com até 10 % da área corporal atingida, ou, ainda, queimadura de mão e/ ou pé;
 Graves ou grande queimado: pacientes com queimaduras de 1º e 2º graus com área corporal atingida maior do que 26%, ou de 3% grau com mais de 10 % da área corporal atingida, ou, ainda, queimadura de períneo (BOMBEIROS/EMERGÊNCIA, 2007).
Existe um método bastante simples para se calcular a superfície corporal queimada (SCQ): o Método de Wallace, também conhecido com Regra dos Nove. Esta regra emprega valor igual a nove ou múltiplo de nove às partes atingidas do corpo do adulto, nove para cada membro superior, 9% para cabeça, 18% para cada membro inferior, 18% para cada face do tronco e um para genitália. Use-a para estimar o percentual atingido pelo fogo.

As crianças tem proporções diferentes dos adultos. A cabeça da criança é
proporcionalmente maior que a dos adultos, e as pernas são mais curtas em comparação com
os adultos. Por causa disso, a regra dos nove é modificada para pacientes pediátricos
.
 
 CUIDADOS NO MOMENTO DA OCORRÊNCIA DAS QUEIMADURAS TÉRMICAS
Como os profissionais devem proceder:
Fogo nas vestes – não permitir que a vítima corra, pois pode aumentar as
chamas;
 Extinguir as chamas – as chamas devem ser extintas com água e/ ou abafadas
com um cobertor, ou a vítima deve ser rolada pelo chão;
 Irrigar a área queimada com água limpa, na temperatura ambiente, para
eliminar o calor e cessar a queimadura;
 Remover as vestes que estejam queimadas;
 Remover imediatamente adornos (anéis, pulseira, etc.) da área atingida;
 Deite a vitima;
Coloque a cabeça e o tórax da pessoa queimada em plano inferior ao resto do
corpo. Levante-lhe as pernas, se possível;
 Se a vítima estiver consciente der-lhe bastante liquido para beber; se possível
administre analgésico ao qual a pessoa esteja acostumada;
Cobrir o ferimento com compressa de gaze estéril ou plástico estéril;
Prevenir a hipotermia nas grandes queimadura. 

sexta-feira, 17 de fevereiro de 2012

Retirada de Pontos: pós-operatório laqueadura

Na primeira visita domiciliar para retirada dos pontos em 13/02/12 havia alguns pontos inflamados, a técnica Daiane decidiu em retirar os pontos após alguns dias.